Mesmo na sua modalidade remota, a RubyConfBR 2021 mostrou em todos os momentos o que tem de melhor: a sua comunidade. Inclusive, esse foi um ponto recorrente nas palestras – a importância e a necessidade de uma comunidade unida – como o Ruby sempre fez muito bem, desde o seu início. Isso foi evidenciado na fala do Willian Molinari, o PotHix, em sua palestra “Ruby, além da linguagem”.
“Ruby tem uma comunidade amigável, capaz de conectar pessoas” é o que ele destacou, além de contar como o fato de conhecer diversas pessoas de diferentes países foi fundamental para seu crescimento profissional e pessoal. Eu, como uma iniciada nas artes mágicas do Ruby, devo concordar com essa fala. Afinal, na minha primeira experiência em uma conferência, me senti bem vinda e acolhida.
“Ruby foi a linguagem que me fez querer me tornar programador”, diz Marcos Carvalho, Backend Developer na Pipefy – que patrocinou o evento e levou a equipe para participar das palestras. “Ela não só traz uma experiência satisfatória no processo de desenvolvimento de software, como também traz um mindset para o programador, que, por muitas vezes, é o mais difícil adquirir”.
Essa cordialidade na comunidade não é de hoje. Na verdade, é tão antiga que tem até um lema com origem nos anos 2000: MINASWAN. Significa Matz Is Nice And So We Are Nice (podendo ser traduzido para Matz é legal, portanto também somos legais). Matz é o apelido de Yukihiro Matsumoto, que há vinte e seis anos atrás lançou o Ruby. Em uma das suas mais célebres frases a respeito do propósito do Ruby como tecnologia, ele diz que esperava ver a linguagem ajudando todo programador no mundo a ser produtivo, a gostar de programar e a ser feliz.
Acredito que é nesse sentido que a Pipefy está em consonância com o Ruby, já que nossa cultura preza exatamente por esses valores. Os Honey Badgers, como nos chamamos na empresa, e também os rubystas têm em comum o zelo pelas pessoas e pela sua comunidade, além do gosto de desfrutar a jornada e, é claro, se divertir.
“É realmente uma tecnologia interessante em questão da expressividade e no sentido de tornar o ato de desenvolvimento mais divertido. Venho usando Ruby com mais frequência para atividades de automatização que antes fazia com shell script/Python” – É o que compartilha Rafael Dias, Software Engineer do time de SRE da Pipefy, após participar do evento.
No que diz respeito a tecnologia propriamente dita, a conferência trouxe um assunto de extrema importância, que é um grande desafio que enfrentamos de acordo com o crescimento do nosso produto: a escalabilidade, tanto a nível de aplicação quanto a nível de código. Quem veio responder a tão temível dúvida “Rails escala?” foi o Rafael França, que além de trabalhar como desenvolvedor também faz parte do time que constrói o framework e atualmente é seu principal colaborador. De forma geral, Rafael explicou como foi atuar em um projeto que tinha como objetivo escalar o Rails dentro da Shopify. Marcelo Shiba, da Activation Tribe da Pipefy, arremata a questão com algo que devemos ter sempre em mente sobre Ruby ou mesmo qualquer outra linguagem: “mais importante que a ferramenta é quem opera ela”.
Essa troca de experiência entre as pessoas desenvolvedoras é muito rica, já que passa uma maior visão de como empresas que utilizam as mesmas tecnologias lidam com os problemas semelhantes com o que passamos. Muitas vezes são através desses problemas que surgem as novas soluções e impactos diretos em decisões futuras. Sobre isso, Gabriel Custódio, nosso Staff Software Engineer e líder do Chapter de Backend afirma que “a cultura de engenharia do time da Pipefy foi construída utilizando a cultura da comunidade Ruby, muitas das decisões feitas (erros e acertos), ferramentas utilizadas, são frutos da comunidade e a Pipefy tem o sonho de retribuir“.
Nas minhas previsões para um futuro não muito distante, a Pipefy irá estreitar seus laços com a comunidade e realizar esse sonho de colaborar cada vez mais, tendo uma participação de peso dentro das conferências, contribuindo para projetos open source e compartilhando nossa experiência, chamando novos talentos para crescer junto e compartilhar conhecimentos com outras pessoas.
Tenho que assinar embaixo do que disse Eduardo Hattori, Staff Software Engineering na Pipe, sobre a conferência – “Eu nunca havia participado de um evento de Ruby antes, então fiquei maravilhado com a energia que o evento passou, foi muito legal ver como a comunidade se ajuda em si, acredito que ano que vem no presencial vai ser mais marcante ainda”. Minha previsão mais positiva espera que no próximo ano possamos nos reunir para a RubyConfBR 2022 – mas dessa vez presencialmente!
Texto escrito por Yasmin Valim, orgulhosamente parte do Young Gun Tech na Pipefy.